RIO - Cervejas especiais, vinhos, carnes nobres, alimentos fitness, livros, maquiagens, cápsulas de café... Produtos para todos os gostos estão entre as possibilidades oferecidas por clubes de assinatura, que entregam itens selecionados ao consumidor a partir da contratação de um plano mensal. Além de conforto e praticidade, já que o assinante recebe as mercadorias em casa, esse modelo de negócio promete uma boa economia para o cliente. Mas assinar o serviço no impulso pode fazer os planos de poupar irem por água abaixo e ainda sobrecarregar o orçamento.
Para a contratação do plano valer mesmo a pena, é preciso, antes, avaliar se os produtos entregues realmente são necessários, se agregam valor às experiências pessoais e se têm utilidade no dia a dia. Caso a frequência de uso dos itens seja baixa, é melhor não aderir ao clube de assinatura.
— Se você usa, é bom. Se não usa, é um gasto desnecessário — afirma a planejadora financeira Myrian Lund, da Lund Finanças: — Tudo tem impacto no orçamento. Hoje, com cem reais, já dá para investir em um produto do mercado financeiro. Se a pessoa não utiliza o dinheiro adequadamente, está deixando de correr atrás do que é importante para ela.
Segundo a especialista, de modo geral, os preços cobrados pelos clubes de assinatura são justos — ou seja, sai mais barato pagar pelo serviço do que comprar as mercadorias oferecidas separadamente. Mesmo assim, é interessante comparar valores, para se certificar da vantagem, e observar a qualidade e a variedade dos itens, além da frequência com que as entregas são realizadas. Outro fator que deve ser considerado é se há disponibilidade de tempo para fazer a aquisição individual dos produtos no comércio e, neste caso, qual seria o gasto com transporte até o estabelecimento de compra.
— Um clube de assinatura de frutas diferenciadas, por exemplo, certamente vai ter mensalidade alta por oferecer produtos fora da estação. O que a pessoa deve se perguntar é se vale a pena pagar sempre mais caro para ter acesso a esses itens ou se é melhor se manter com o básico e comprar uma fruta diferente só de vez em quando, no supermercado ou na feira — orienta Myrian Lund.
Uma vez feita a adesão ao clube, a planejadora financeira diz que é necessário reavaliar periodicamente o benefício proporcionado pelo serviço. Caso os produtos não estejam sendo úteis, o cancelamento deve ser imediato, já que a assinatura é uma despesa recorrente.
— Se a pessoa está no clube do vinho, mas não consome tanto a bebida, então está desperdiçando dinheiro. Se está no clube do livro, mas não consegue ler os títulos e paga para deixá-los na estante, tem que parar de assinar o serviço logo. Cancelar uma assinatura é um trabalho emocional e cansativo, porque a empresa oferece várias vantagens para fazer o cliente desistir. Para não ter que lidar com isso, muita gente acaba deixando para depois. Mas a procrastinação é uma armadilha — observa.
A jornalista e roteirista Izaura Barbosa, de 52 anos, aderiu a um clube de assinatura do livro no ano passado. Para tornar o negócio mais econômico, ela divide, com a comadre, o valor da mensalidade, de R$ 50, e os produtos entregues pela editora.
— Ela recebe na casa dela os exemplares e vamos revezando a leitura. O legal é que ainda rende um bom café quase todo mês para fazermos a resenha. Ainda vêm junto uma revista e brindes. Adoro brindes! — conta a integrante do time de "caçadores de ofertas" do "Qual oferta", plataforma dos jornais EXTRA, O Globo e Expresso que reúne, no impresso e no digital, as melhores promoções de supermercados, drogarias e lojas de departamento de Rio e Grande Rio.